sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Suave

Deslizando. Deslizando pelo seu corpo, pela sua ternura. Você não me salvou de uma festa deprimente.

Fico olhando seu corpo, nu, sem voyerismo nem perversão, fico só olhando, admirando as linhas, todas e qualquer uma delas.

Me aproximei de você pela palavra e eu não te salvei de uma companhia inconveniente.

Mãos e boca, pela pele macia, nem espírito nem matéria. Toque. Eu olho você, deslizar por você, pelo liso e fino.

Eu tenho saudades, como sempre tive, a clausura da eterna solidão. Não sei se você sabe, ou sabia se notou alguma diferença ou se você se lembrou. De qualquer forma deslizando sobre o seu corpo e nos não salvamos nossa existência.

Frio a noite, calor de dia. Sem luza e sem culpa. Ninguém vai derramar água quente nos seus ouvidos. E eu quero guardar para sempre essa lembrança. Meu corpo tocando de leve e a vapor o seu corpo. Deslizar. Bonito nome.

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