sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sina

Ao que me dói. Tentei fazer o seu retrato hoje, mas senti muita dor. Não sei exatamente o porque da dor, mas foi fundo, como se todos os meus ossos tintilassem como os sinos expostos ao vento Porque desenhar me dói assim. Porque pensar em você me dois assim?

Olhei horas para a caneta nanquim, não consegui nenhum traço, nem o seu olhar que depois daquele dia eu jurei que não esqueceria. Você me disse que eu desenhava mal porque nunca refazia os meus desenhos. Percebi que você estava refazendo algo comigo E não gostei mas não hora eu não falei. Talvez se tivesse falado eu me lembrasse do seu rosto. Aliás porque é tão importante eu em lembrar do seu rosto? Eu tinha te desenhado antes, com grafite, achava que grafite era para sempre... pois é, seu rosto desbotou, sujando os outros papeis do bloco, mas sem me deixar nenhuma linha guia. Linha guia! Quantas vezes eu perdi o sentido da minha vida! Quantas vezes tiveram de me lembrar quem eu era e o que eu fazia. Agora mesmo não sei o que eu faço. Parado no meio do mundo, tentando lembrar do rosto que um dia eu vi no espelho.

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